sexta-feira, 18 de maio de 2012

Estudantes, ou seja, aqueles que só querem copos e drogas e sexo e rock'n'roll

Amanhã é a bênção de finalistas em Lisboa.
Ainda não é a minha vez.

Ontem voltava de uma noite de trabalho na faculdade com um amigo com quem praticamente partilhei os últimos anos de vida, não só de estudante, mas como pessoal. É um daqueles do grupo com quem vamos de férias, para os copos ou para uma simples futebolada. E também colega de escolinha.
Ele vai acabar agora o curso. E na viagem de volta para casa, tantas vezes repetida ao longo dos últimos anos e onde falamos essencialmente de gajas, ele sai-se com esta: "Acreditas que agora que está a chegar ao fim e ponho-me a pensar em toda a merda que já fiz... fico com um medo do caraças do que está para vir?".
A mim ainda falta um bocado (não muito) para chegar ao fim, mas fiquei a pensar no que ele me disse e em outras conversas do género que tenho com outras pessoas. É que agora, na posição em que estou/estamos, olhamos 2 anos para a frente e não faço a mínima ideia do que me espera. Quando era mais novo era diferente, quando escolhi o que estudar, etc, já sabia que dali a X anos estaria na faculdade se tudo corresse normalmente. Agora, o que é o normal? É capaz de ser o futuro mais escuro que todos enfrentamos na nossa vida. A escola, nossa principal ocupação, acaba. O trabalho, há-de vir. Onde, em que circunstâncias, com que pessoas, há trabalho?
Este meu amigo dizia-me que nunca tinha tido tantas coisas indefinidas à sua frente. E com esta conversa arrastou-me um bocado para a posição dele. E isso assusta-me um bocado.
Detesto fazer planos a longo prazo. E agora no futuro campo profissional não vou poder planear praticamente nada. Não me vou lamentar de faltas de emprego e etc, mas é uma verdadeira roleta russa o futuro de qualquer jovem na nossa faixa etária. É uma altura da vida (ui que experiente que sou) muito peculiar, onde ninguém nos vai guiar nem ninguém vai decidir nada por nós. Mas se tantos a ultrapassaram sem problemas, eu e os meus amigos também o faremos certamente.
Eu conduzia e ele falava praticamente sozinho, mas sabendo que eu o estava a ouvir. E estava, aquilo fazia eco dentro da minha cabeça... Vai haver gente que provavelmente nunca mais vou ver, mas estes são os que ficam para a vida.

É uma espécie de homenagem a este companheiro, que vai certamente ficar para a vida. Grande abraço.

Edit. Agora pus-me a ouvir músicas maricas e nostálgicas, oh que caralho. Tenho de trabalhar porra!

3 comentários:

  1. Agora fiquei eu mergulhada em toda uma angústia que sei lá. Muito obrigada, Don.

    PS. Estou extremamente solidária contigo. Com o meu comentário apenas queria aliviar a pressão.

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  2. Isto sem angústia não tinha a mesma piada...

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